5.12.2010

Sigmetum

Lembro-me dos tempos de faculdade quando se discutia a dificuldade em encontrar as nossas plantas autóctones. Em como os viveiros de plantas, em vez de faginea, bourgeana, chamaerops, turbinata, estavam repletos de hibiscus, hebes, pitosporum, lantanas, fuchias, e, mais recentemente, bambus. Existia e existem ainda modas associadas à utilização de plantas. Como todas as modas, são ditadas por regras de imitação social. No entanto, a venda de plantas autóctones escapa a regras modais e, consequentemente, ao mercado de plantas dos centros comerciais e HCGs. A utilização dessas plantas aproveita os milhares de anos de afinação ecológica, reflecte uma compreensão do lugar onde se está a intervir, uma preocupação em reduzir os riscos de insucesso de sobrevivência da planta e redução do custo de manutenção. Não se trata de nenhuma reposição da verdade, porque de facto, se quisermos, conseguimos reconstituir mais ou menos a floresta amazónica no alentejo, e isso não deixa de ser uma possibilidade, uma verdade.
Lembro-me que alguém rematava essas conversas com a ideia de criar um viveiro de plantas autóctones, e todos concordávamos da necessidade e da relevância social deste tipo oferta para além que iria ocupar um nicho de mercado ainda por lavrar.

A Sigmetum é a primeira em Portugal a oferecer o estudo, experimentação, produção, e comercialização de plantas autóctones em Portugal. Decepcionantemente não surgiu das nossas conversas na esplanada do instituto, mas, felizmente, de outro alguém com vontade e coragem de o fazer.


Existe um site e um blog e está no facebook.
No dia 14 de Maio, no Open Day da LX Factory, acontece a primeira aproximação ao público.