9.20.2009

3.742 km em Chaves

Requalificação Paisagística das Margens do Tâmega Entre a Ponte de São Roque e a Estação de Tratamento de Águas de Santa Cruz, Chaves(*).
Longitudinalmente, os limites da intervenção estão claramente identificados; a Estação de Tratamento de Águas de Santa Cruz, a ponte de São Roque para a margem esquerda, a ponte romana para a margem direita. Transversalmente, é fundamental perceber o plano de água do rio Tâmega e a sua galeria ripícola como espaço de intervenção. Para além dele, e da própria ciclovia, os limites são administrativos.
A proposta foi estudada com os objectivos de controlar as acções de limpeza, demolição e reconstrução necessárias à implantação da futura ciclovia de forma a salvaguardar da melhor forma possível o espaço natural e rural em que esta se iria inserir, de tornar possível a utilização de todas as zonas que se identificaram como as mais aptas para gerar espaços de estadia ou percursos pedonais alternativos à ciclovia, de utilizar os meios de construção dos quais resultasse o menor impacto possível no meio e, essencialmente, de preservar a galeria ripícola.
Manter os objectivos estipulados, cumprindo o programa proposto – a criação de condições favoráveis para a implantação de uma ciclovia e usufruto das margens do rio Tâmega pela população, nomeadamente para acesso e utilização do plano de água, salvaguardando o trânsito resultante e necessário às actividades agrícolas adjacentes – resulta no que se entende ser a principal qualidade do projecto executado, que hoje soluciona a implantação de um equipamento de lazer numa zona de frágil e instável convívio entre três valores fundamentais que se devem preservar; o centro urbano antigo da cidade, a herança cultural de agricultura da Veiga de Chaves e a galeria ripícola das margens do Tâmega.Texto: Francisco Bernardo Guedes de Carvalho
Fotos: Rita Magalhães e Luis Guedes de Carvalho
(*) Projecto vencedor do Prémio Nacional de Arquitectura Paisagista 2009, na categoria Espaços Exteriores de Equipamento e Infra-estruturas, da autoria do Atelier do Beco da Bela Vista, Luis Guedes de Carvalho, Arquitecto Paisagista.

Outras Categorias:
Categoria Parques e Jardins: Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo, da autoria de Ana Barroco, Arquitecta Paisagista.
Categoria Espaços Públicos Urbanos: Parque da Ínsua, freguesia de Ponte, Guimarães, da autoria de Rita Salgado, Arquitecta Paisagista; Largo de S. João e a Quinta da Cerca, da autoria de Rui Farinha, Arquitecto Paisagista, Ex-aequo.

Jurí composto por João Pedro Costa, director do Jornal Arquitecturas, Miguel Velho Palma, Margarida Cancela d’Abreu, presidente da Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas, e João Nunes, vencedor da edição realizada em 2008.