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Os mortos sempre copiaram os vivos. Habitam os mesmos lugares, ocupam morros em casas com vista privilegiada ou dispersam-se por periferias a perder de vista. A última habitação surge como um prolongamento da sua vida, denotando sinais de ostentação de uma anterior vivência, em contraponto a outros cujo desfecho de uma vida difícil apenas lhe permite uma passagem fugaz pelo recinto sagrado.
Os indícios de tal assimetria atenuam-se quando alguém subverte o sistema com alguma dose de humor. No pequeno cemitério da povoação de Ibo, em Moçambique, uma sepultura executada a partir de uma janela pisca o olho a um satélite ao serviço do google earth.
1 Comentários:
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse.
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
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