10.18.2007

Impressões

A inscrição de uma acção no território implica uma marca e uma permanência.

Associado a essa marca está muitas vezes a certeza irrefutável da necessidade das acções e das marcas no território, e da sua relevância para o tempo em que foram inscritos como para os seguintes. No entanto, a perseverança desses sinais no território está simplesmente dependente da valorização que cada geração atribui aos sinais. Assim sendo é estranho assumir, como hoje se assume, que as certezas de hoje, são as mesmas de amanhã.

Na China, o hábito de escrever com um pincel e a água textos já muito se mistura com a demonstração de princípios culturais abastardada por um fim turístico. No entanto, ainda está presente a ideia a impermanência da certeza e do valor atribuído às impressões que cada um decide criar no território. A caligrafia - a marca - é volátil, preenche um propósito durante um curto momento. Depois a superfície recupera, com o tempo, a mesma disponibilidade que apresentava inicialmente.



Peço desculpa aos autores das imagens. Tenho acumulado estas imagens no disco e acabei por perder as origens.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Esse hábito chinês está bem retratado no filme Spring Summer Fall Winter and Spring.

19/10/07 01:51  
Blogger pedro disse...

Olá Diogo. Como disseste, o Spring, Summer, Fall, Winter... and Spring retoma este tema não só através do hábito que o próprio monge tinha em escrever com água mas todo o filme descreve um pouco finitude e ritmo dos ciclos associada a essa finitude.

21/10/07 14:58  

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