11.12.2007

O terror na estrada. Mais uma perspectiva googliana.

A Norte de Évora, a estratégia de urbanização (que é o conceito que mais tem motivado a elaboração dos PDMs) providenciou o desenvolvimento de um plano de pormenor para a urbanização de um território maioritariamente ocupado por pequenas quintas de olivais, pomares e algumas culturas de sequeiro.
Para já apenas se fez a construção da estrutura viária que irá alimentar a urbanização. A determinado ponto dessa estrutura, existe uma rotunda, uma entre muitas aliás. Trata-se de um futuro nó rodoviário com um papel fundamental no desenvolvimento do plano. No entanto, surge momentaneamente autista no espaço. Apenas duas vias se encontram associadas a este nó mas foram já insinuadas os restantes eixos que ditarão a transformação do território.
Existem dois temas a desenvolver. O primeiro descreve o fenómeno das rotundas como um fenómeno social que é encabeçado por presidentes de autarquias e vereadores. Este fenómeno já vem de algum tempo, as rotundas surgiram associadas a uma ideia de «progresso». Um método rápido de trazer alguma «urbanidade» a localidades onde a estratégia de desenvolvimento económico nacional, regional e local, (ainda bastante ausente) não conseguiu trazer o progresso que populações pretendiam. No entanto, esta imagem transgrediu muito o conceito de “para-inglês-ver” e colmatou as necessidades de um novo-riquismo municipal ao qual estão associados fundos europeus encaminhados para o desenvolvimento regional.
Um segundo tema, mais engraçado, prende-se com o modo como esta rotunda, especificamente, constrói um futuro, ainda que desconhecido mas, e por isso mesmo, muito mais interessante. A rotunda, com estes dois cotos de vias, sempre levanta algumas questões. Todo o território fica agarrado, expectante, preso a uma incerteza. É talvez, a coisa mais bela nesta rotunda, a sua multiplicidade.