razão|intuição|clarificação|redução
razão.intuição
"Basta uma diminuta contribuição da intuição, e não é assim tão diminuta a contribuição da intuição no processo da arquitectura, para ficar contaminada toda e qualquer hipótese de racionalidade. Essa é a dificuldade da razão: ou é pura ou os seus produtos ficam em causa. Por outro lado, nem mesmo as descobertas científicas não são redutíveis às fórmulas que as demonstram, existe sempre um mundo inteligente, mas mais intuitivo, que antecede, determina, escolhe e conduz essas descobertas e investigações. A razão é muito pouco para determinar o projecto, é muito pouco para fazer arquitectura. Não sabemos dizer se sobrevalorizamos ou subvalorizamos a razão, mas sobretudo não fazemos qualquer esforço específico na sua utilização. Queremos que a lógica e regra dos projectos, do que no fim aparece como ideia do projecto, seja coerente, estruturada e tão clara, que seja quase óbvia. Contudo, é um esforço também formal, que corresponde com exactidão à geometria que a ideia define. Mas essas regras não são produtos puros da razão, longe disso. A nossa arquitectura pode ter uma base racional, mas não se resume à razão."
clarificação.redução
"Gostamos muito dessas expressões, a de clarificação e a de redução. Uma tem conotação enológica, a de clarificar, e outra a gastronómica, de redução. A da clarificação, na enologia é realizada pela adição de um produto que realiza uma “colagem” e que, quando se retira no fim da operação, traz consigo as impurezas dando brilho, transparência, resultando clarificado. O da redução é naturalmente muito diferente, é o da concentração, de dar espessura, pela perda de líquido e acentuar o carácter. (…) Adoptámos essa expressão, redução, que descreve bem, na nossa opinião, parte do nosso processo produtivo. Não pensamos no seu sentido minimalista, mas no de contenção, de limitar a quantidade de informação à que é pertinente, de retirar o ruído e as impurezas, de clarificar eliminando o que não faz parte e de concentrar, acentuar, reduzir, para dar maior e integral expressão à essência. Essa essência é conceito, ideia e depois regra, mas só assim se mais nada interferir, se mais nada for dito."
João Pedro Serôdio e Isabel Furtado em entrevista à arq./a nº54, Fevereiro 2008.
"Basta uma diminuta contribuição da intuição, e não é assim tão diminuta a contribuição da intuição no processo da arquitectura, para ficar contaminada toda e qualquer hipótese de racionalidade. Essa é a dificuldade da razão: ou é pura ou os seus produtos ficam em causa. Por outro lado, nem mesmo as descobertas científicas não são redutíveis às fórmulas que as demonstram, existe sempre um mundo inteligente, mas mais intuitivo, que antecede, determina, escolhe e conduz essas descobertas e investigações. A razão é muito pouco para determinar o projecto, é muito pouco para fazer arquitectura. Não sabemos dizer se sobrevalorizamos ou subvalorizamos a razão, mas sobretudo não fazemos qualquer esforço específico na sua utilização. Queremos que a lógica e regra dos projectos, do que no fim aparece como ideia do projecto, seja coerente, estruturada e tão clara, que seja quase óbvia. Contudo, é um esforço também formal, que corresponde com exactidão à geometria que a ideia define. Mas essas regras não são produtos puros da razão, longe disso. A nossa arquitectura pode ter uma base racional, mas não se resume à razão."
clarificação.redução
"Gostamos muito dessas expressões, a de clarificação e a de redução. Uma tem conotação enológica, a de clarificar, e outra a gastronómica, de redução. A da clarificação, na enologia é realizada pela adição de um produto que realiza uma “colagem” e que, quando se retira no fim da operação, traz consigo as impurezas dando brilho, transparência, resultando clarificado. O da redução é naturalmente muito diferente, é o da concentração, de dar espessura, pela perda de líquido e acentuar o carácter. (…) Adoptámos essa expressão, redução, que descreve bem, na nossa opinião, parte do nosso processo produtivo. Não pensamos no seu sentido minimalista, mas no de contenção, de limitar a quantidade de informação à que é pertinente, de retirar o ruído e as impurezas, de clarificar eliminando o que não faz parte e de concentrar, acentuar, reduzir, para dar maior e integral expressão à essência. Essa essência é conceito, ideia e depois regra, mas só assim se mais nada interferir, se mais nada for dito."
João Pedro Serôdio e Isabel Furtado em entrevista à arq./a nº54, Fevereiro 2008.
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