J'ai une toute petite ligne de chance
Em Pierrot, le fou (1965) Jean-Luc Godard ilustra o que parece ser um género cinematográfico francês, o filme ‘bal(l)ade’, conceito intraduzível e que consegue conjugar o passeio (balade) com a canção (ballade) anexando, deste modo, o musical à deambulação das personagens. Hoje, é um filme-chave para se compreender outros filmes mais recentes como On connaît la chanson (1997) de Alain Resnais e Les chanson d'amour (2007) de Christophe Honoré de 2007. Em Pierrot, le fou, Ferdinand Griffon (Jean-Paul Belmondo) está casado com Maria (Graziella Galvani), uma herdeira rica, mas o casal não se entende. Um dia conhece uma baby-sitter, Marianne (Anna Karina) e juntos acabam envolvidos num assassinato e tráfico de armas e, tendo que fugir à polícia, atravessam a França dirigindo-se para Sul. O filme de Godard é uma paródia aos modelos americanos como o film noir, os dramas e os musicais clássicos de Hollywood com a particularidade de as personagens, vigaristas com vocação intelectual, se aborrecerem facilmente. Terminam a viagem, e o filme, na ilha de Porquerolles inserida no Parc National de Port-Cros. E Karina e Belmondo cantam ‘Ma ligne de chance’ : a vida corre mal mas é bela.
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