O lyrebird por David Attenborough
O repertório do chamamento do lyrebird macho é uma compilação de inúmeros sons que vai ouvindo durante a sua vida no seu habitat. Um pouco como a inversão do conhecido ditado, que poderia ser transformado em algo como: «diz-me quem és e eu dir-te-ei com quem andas». O que vemos intensificado nesta relação entre o lyrebird e o seu habitat é o modo como o quotidiano é absorvido por quem o vive. O lyrebird transforma-se no sintoma do seu habitat e do seu quotidiano, uma construção no tempo e no espaço habitado. O lyrebird canta os encontros com outras espécies de pássaros no seu habitat, canta o seu espaço, os seus trilhos, as áreas onde respiga.
O filme, guiado por David Attenborough, mostra o chamamento de um lyrebird em particular. Apresenta-nos o seu repertório que inclui várias imitações de cantos de outros pássaros. E mostra-nos a facilidade com que incorpora outros sons que o pássaro ouve na floresta. Alguns desses sons são produzidos pela presença humana: os sons de uma máquina fotográfica, manual e automática; um alarme de um carro. E, por fim, mostra-nos como canta alegre e fatidicamente o extermínio do seu próprio habitat por moto-serras.
Via Aba de Heisenberg
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