Implosão
Latitude: 38º47’N
Longitude:8º88’W
O seu paraíso de lazer num paraíso por explorar
Ruas congestionadas
Hora de ponta
O seu jardim
O seu estacionamento privado
O seu vizinho barulhento
Tardes aborrecidas
Restaurantes
Objectivos a atingir
Os seus filhos na rua o dia todo
Regresso a casa
À sua casa
Texto incluído aqui.
No dia 8 de Setembro de 2005, o primeiro-ministro José Sócrates e Belmiro de Azevedo, patrão da Sonae, accionavam de forma simbólica, o mecanismo de detonação que dava início à implosão das duas torres inacabadas do antigo complexo da Torralta, na península de Tróia.
Em rápidos segundos, as duas torres de 16 andares deixavam de existir e deixavam para trás um passado que envergonhava aqueles que percorriam a península entregue ao abandono. Marcos simbólicos da península, guardavam memórias e também morcegos, uma colónia rara, teimosa a atravessar a estrada para habitar o novo abrigo construído em prol da sua sobrevivência.
Olhos postos num futuro glorioso associado à construção de um casino, hotéis, apartamentos turísticos e campos de golfe a perder de vista.
O projecto assume uma nova dimensão quando equacionado em conjunto com a quantidade de propostas que se estendem ao longo da linha de costa alentejana que se prolonga até Sines, na sua maioria condomínios reservados a segundas habitações para quem procura no litoral um ponto de fuga ao stress da cidade.
O sentido de apropriação do território de maior fragilidade ecológica surge nos dias de hoje camuflado pela imposição de uma arquitectura de qualidade, quase sempre associada a aspectos relacionados com a conservação da natureza. Ao contrário das inúmeras atrocidades ambientais cometidas nos anos 80 e 90, criticadas pela maioria dos profissionais em causa, hoje, a presença de um autor ou de uma equipa de renome, arquitectos e arquitectos paisagistas, parece relativizar a susceptibilidade da paisagem a intervenções assépticas, cuja estética regrada mascara os impactes a longo prazo num território frágil e de difícil reequilíbrio.
Nas palavras de Belmiro de Azevedo a implosão das duas torres constituiu um acto de “destruição criativa”.
Implosão como sinónimo de destruição (criativa). Claro, porque não?
Longitude:8º88’W
O seu paraíso de lazer num paraíso por explorar
Ruas congestionadas
Hora de ponta
O seu jardim
O seu estacionamento privado
O seu vizinho barulhento
Tardes aborrecidas
Restaurantes
Objectivos a atingir
Os seus filhos na rua o dia todo
Regresso a casa
À sua casa
Texto incluído aqui.
No dia 8 de Setembro de 2005, o primeiro-ministro José Sócrates e Belmiro de Azevedo, patrão da Sonae, accionavam de forma simbólica, o mecanismo de detonação que dava início à implosão das duas torres inacabadas do antigo complexo da Torralta, na península de Tróia.
Em rápidos segundos, as duas torres de 16 andares deixavam de existir e deixavam para trás um passado que envergonhava aqueles que percorriam a península entregue ao abandono. Marcos simbólicos da península, guardavam memórias e também morcegos, uma colónia rara, teimosa a atravessar a estrada para habitar o novo abrigo construído em prol da sua sobrevivência.
Olhos postos num futuro glorioso associado à construção de um casino, hotéis, apartamentos turísticos e campos de golfe a perder de vista.
O projecto assume uma nova dimensão quando equacionado em conjunto com a quantidade de propostas que se estendem ao longo da linha de costa alentejana que se prolonga até Sines, na sua maioria condomínios reservados a segundas habitações para quem procura no litoral um ponto de fuga ao stress da cidade.
O sentido de apropriação do território de maior fragilidade ecológica surge nos dias de hoje camuflado pela imposição de uma arquitectura de qualidade, quase sempre associada a aspectos relacionados com a conservação da natureza. Ao contrário das inúmeras atrocidades ambientais cometidas nos anos 80 e 90, criticadas pela maioria dos profissionais em causa, hoje, a presença de um autor ou de uma equipa de renome, arquitectos e arquitectos paisagistas, parece relativizar a susceptibilidade da paisagem a intervenções assépticas, cuja estética regrada mascara os impactes a longo prazo num território frágil e de difícil reequilíbrio.
Nas palavras de Belmiro de Azevedo a implosão das duas torres constituiu um acto de “destruição criativa”.
Implosão como sinónimo de destruição (criativa). Claro, porque não?
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< voltar