11.27.2006

Duarte Belo


"Dada a maior facilidade de intervenção, as coisas parecem-se cada vez mais com aquilo que as pessoas querem que sejam, isto é, há cada vez menos restrições à forma de construir, e vamo-nos aproximando cada vez mais de um certo sonho de cidade, de ideia, que não corresponde a uma ideia coerente, projectada de raiz, mas a desejos individuais, que, no fundo, controem a cidade em que vivemos.
(...) A minha relação com a utopia não é a da ideia de paraiso, mas acrescentar algo possível ao mundo em que vivemos. Toda a utopia, todo o paraíso está no espaço que habitamos. Nós é que podemos encontrá-lo ou não. Num bairro de barracas uma pessoa pode ver uma coisa urbana caótica, mas também pode ver um espaço sublime, extremamente bem feito a nível de desenho, de proximidade de um desejo humano de construir. É o que acontece quando olhamos para um pedaço de cidade."

Palavras de Duarte Belo em entrevista conduzida por Alexandra Lucas Coelho presente no livro "Novos Urbanismos, Novas Paisagens", edição Museu do Vinho/Câmara Municipal de Anadia, 2003.

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