Project ten
Só faz sentido existir espaço público se ele for apropriado pelo público. Em Londres, houve quem tenha decidido apropriar-se sobre os espaços esquecidos mas perfeitamente integrados no quotidiano londrino. Estes grupos – Gardening Gerrillas – formam já uma vasta de rede de rebeldes com causa espalhada por vários países. Eles encontram na caldeira já sem a árvore que lhe deu razão de existir, num canteiro que acumula garrafas largadas depois de bem aproveitadas ou num vaso colonizado por infestantes, os espaços para as suas manifestações públicas contra o desleixo institucional sobre o espaço público.
Mas mais do que revitalizar o canteiro, a caldeira ou o vaso, o que torna o caso notável é o acto de apropriação, da reconstrução de um espaço que, parece, nos é indiferente, pertencente a uma entidade municipal, ou estatal, e que delegamos nesse sistema o teor do nosso espaço, do espaço público.
A relação que o homem constrói com o espaço público e, no fundo, com o seu espaço tem vindo a adquirir laivos de uma surdez crónica e profunda determinada por essa deposição da decisão sobre o nosso quotidiano.
1 Comentários:
É muito gira a ideia de construir espaços verdes em locais esquecidos. Também me lembrei que de algo semelhante poderia ser feito em Lisboa, para mim cada vez mais inóspita e inimiga do morador. No entanto acho que as intervençoes deste grupo não são as mais construtivas. Prefiro as infestantes a estas flores saídas das estufas...
Fica no ar o convite para uma organização terrorista que plante os vazios das nossas cidades. Não o verdete também um verde indesejado?
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