O jogo
Na passada sexta-feira, no reformulado suplemento do jornal Público, Ípsilon, na secção dedicada ao tema arquitectura, escreve-se a determinado momento, num texto relativo a um edifício de habitação - a parede tem 90 centímetros de espessura e nessa espessura desenharam cada janela de maneira diferente. É o jogo entre as várias aberturas que dá uma identidade ao edifício e que torna especial a relação entre interior e exterior. “Cada janela tem a sua história. Pode ser uma grande janela que se foca sobre um ponto ou uma janela que, abrindo-se, olha para um lado da cidade”.Na nossa profissão, passamos parte do nosso tempo a tentar justificar as várias opções de projecto com base em argumentos que nos parecem os ideais, mesmo quando nos desviamos dos pontos fulcrais ou quando não existe uma razão consistente para o mesmo. Na ausência de um contexto eficaz ou algo que sintetize a intervenção, a proposta, ou parte de um gesto intuitivo genial ou cai numa redundância sem sentido. Como refúgio, os artifícios, formalizados em jogos de luz, de cor, de texturas ou, "de aberturas".
Aparentemente, jogar com janelas, fachadas, pavimentos, é como jogar à bola. Ou jogar à arquitectura ou arquitectura paisagista.

Quando se fala na necessidade de uma maior sustentabilidade na construção e gestão de campos de golfe, esta também passa pela mudança de alguns paradigmas culturais, em relação àquilo que deve ser um campo. No deserto de Atacama, no Chile, um dos mais secos do mundo, surgem-nos exemplos do que pode ser um campo adaptado às condições climatéricas, mais do que adaptado às condições culturais.
Os tees, fairways e roughs, dos campos de Iquique e Arica, junto à costa, são delineados com areia branca, borracha e gesso, formando padrões no deserto que lembram os geoglifos de
Cada jogador traz consigo um pedaço de relva sintética para colocar junto à bola e assim facilitar as tacadas. 


