5.24.2009

Walkshop - Aqueduto das Águas Livres

Um atravessamento das realidades materiais e imateriais da metrópole contemporânea
Um projecto Stalker/Osservatorio Nomade

ON Osservatorio Nomade é um projecto interdisciplinar promovido pelo colectivo Stalker. Propõe métodos de intervenções espaciais baseados sobre práticas de exploração, escuta e de relação com os ambientes, os habitantes e as suas memórias. Tal prática pretende catalisar o desenvolvimento de processos flexíveis e de auto-organização, mediante a instauração de novas relações sociais e ambientais. As intervenções permitem um levantamento sensível, complexo e dinâmico dos territórios e das comunidades que, graças à abordagem interdisciplinar, torna-se apelativo e de fácil acessibilidade. Este modus operandi é uma ferramenta única para partilhar conhecimentos e contribuir à difusão da consciência das comunidades relativamente aos seus territórios e ambiente cultural. Como consequência, nascem repostas eficazes e de participação criativa à administração territorial e urbana.

O Aqueduto das Águas Livres foi construído no século XVIII para o abastecimento de água da cidade de Lisboa. Estende-se ao longo de 18 km e dum extenso sistema de ramais. O complexo arquitectónico atravessa imperturbavelmente paisagens agrícolas remanescentes e núcleos urbanos de altíssima densidade passando por zonas periféricas "difusas" onde desaparece a tradicional dicotomia cidade/campo. Na última parte do seu percurso, atravessa o parque florestal de Monsanto e surge no Vale de Alcântara com a sua imagem mais emblemática antes de inserir-se no centro de Lisboa para concluir um percurso complexo e curioso através das evoluções da cidade contemporânea.
Mas para além de ligar fisicamente varias realidades territoriais e urbanas, o aqueduto conecta também as realidades sociais, ambientais e culturais que se desenvolveram nestes lugares.
Com este projecto, procuraremos também mostrar como é que o elemento patrimonial do século XVIII permite uma releitura esclarecedora da cidade contemporânea, das suas problemáticas e das sua novas características.

Com Francesco Carreri, Lorenzo Romito e Marc Latapie (Stalker/Osservatorio Nomade Roma), Jean-Philippe Vassal (Lacaton&Vassal Architectes Paris), Luís Santiago Baptista (arqa Arquitectura e Arte Lisboa), Teresa Marat-Mendes (ISCTE Lisboa)

Walkshop▪ Conferência sobre a relação entre práticas informais e intervenções formais no domínio da Arquitectura e do Urbanismo.
▪ Walk ao longo do Aqueduto das Águas Livres, da Nascentes da Mãe d'Água Velha e Nova até o Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras com pernoitamento no parque de campismo de Monsanto.
▪ Workshop de síntese das impressões e dos registos recolhidos durante o Walk.
▪ Apresentação pública do material elaborado.

Datas27- 30 de Maio 2009
27 conferência
28 walk 1a parte
29 walk 2a parte + workshop 1a parte
30 workshop 2a parte + apresentação pública

LocalWalk Nascentes da Mãe d'Água Velha e Nova, Vale de Carenque – Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras, Lisboa
Conferência + workshop + apresentação pública ZDB - Galeria Zé dos Bois
Rua da Barroca 59, Bairro Alto, Lisboa

Organização Marc Latapie & Ester Pieri
Co-produção ZDB - Galeria Zé dos Bois
Consultoria Mário Caeiro
Vídeo Ricardo Silva

Info e programawww.osservatorionomade.net/lisboa
marc@osservatorionomade.net

Inscrições
Não é necessária inscrição para a conferência, walk e apresentação pública.
Uma inscrição de 10 euros é necessária para o workshop e dormida no parque de campismo de Monsanto. O número de participantes é limitado. As inscrições encontram-se abertas de dia 8 a 23 de Maio na Galeria Zé dos Bois, Rua da Barroca 59, Lisboa.
http://www.zedosbois.org/
tel +351 213 430 205

Memo
tragam uma tenda, sapatos confortáveis, um casaco para a chuva, maquinas fotográficas, gravadores de som e vídeo, cadernos, comida e bebidas para as refeições. Atenção a não trazer muito peso na mochila, tragam invés muita curiosidade!

via Instituto Franco-Português.

SAAL

As operações do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) preconizadas nos anos pós-revolução de 74 apresentam-se como as acções decorrentes do programa desenvolvido por Nuno Portas enquanto secretário de Estado da Habitação e Turismo, com o intuito de realojar os milhares de pessoas que viviam em situações precárias quando terminou a ditadura. O processo desenrolava-se entre os arquitectos e demais técnicos que elaboravam os projectos, as assembleias de moradores, enquanto os futuros residentes contribuíam com a mão-de-obra e o Estado comparticipava os materiais de construção. De uma intenção aparentemente simples de promover condições de habitabilidade às famílias residentes em barracas instala-se, de Norte a Sul do país, o desafio de projectar habitação social, debatendo e considerando os hábitos, costumes e modos de vida subentendidos das populações.
“As operações SAAL”, de João Dias, é um documento, em formato de cinema documental, com significativos aspectos positivos. Revela-se um trabalho ímpar em termos de investigação sobre esta temática. A ideia em si revela-se muito interessante, e mostra um sentido inteligente e sensível na forma como relaciona os pontos de vista dos técnicos e das pessoas em geral que cooperaram neste decurso, assim como o confronto com a realidade e o testemunho actual.
A requalificação do espaço por parte dos arquitectos em conflito com o que pretendiam as populações dá lugar a um movimento de auto-construção, fruto de uma apropriação e de uma imposição de quem sonha a sua casa. São retratados momentos curiosos e inteligíveis como um morador que mostra a sua habitação, actualmente com janelas em alumínio, alcatifa e outros adereços, e afirma com orgulho que tudo se encontra como o projecto original do arquitecto Álvaro Siza, ou mesmo quando um morador, após infrutíferas contestações sobre a sua futura habitação, responde a um arquitecto: “ o senhor que faça como se fosse para si, de certeza que eu vou gostar”.
As diferenças entre os resultados do que se passou no Algarve, Setúbal, Lisboa e Porto colocaram em causa os objectivos das operações SAAL, no entanto, posteriores processos de realojamento social nos anos 80 e 90 não se mostraram sensíveis à participação democrática, nem tão pouco afáveis na própria discussão em termos sociais, urbanísticos, de planeamento, de cidadania e de projecto ao nível do espaço público. Dá que pensar a oportunidade que os arquitectos tiveram em confrontar de forma directa o seu trabalho, havendo sem dúvida exemplos positivos neste processo.
A reflexão sobre os efeitos sociais e culturais no panorama da arquitectura nacional encontra-se implícita em toda a estrutura narrativa do filme, sendo acompanhada de um sentido de humor, por vezes gratuito, mas muitas vezes crítico. Manifesta-se por um objecto riquíssimo e consistente em factos e na informação que daí advém, apesar do seu maior pecado acontecer na montagem do próprio filme: transparece mais um formato televisivo do que o cinematográfico.
Apresentado anteriormente na Trienal de Arquitectura e DocLisboa de 2007, este documentário pode ser agora visto ou revisto no antigo cinema Alvalade, em Lisboa.

texto . Rita Gouveia, arquitecta paisagista

trailer

5.06.2009

maison d'architecte

campu#2

"A cidade contemporânea exige tempo e atenção.
Em oposição à velocidade e mudança com que atravessamos espaços e somos invadidos por uma saturação de imagens e ruído urbano, provocando o “choque do urbano” e a alienação do real, nestes passeios queremos percorrer esses mesmos lugares, mas de forma lenta e em observação. A nossa intenção é, que cada um de nós, e consoante a sua vontade, observe, registe, passe a ter uma participação activa na cidade informal ou contribua para a construção do mapa da cidade híbrida que se começa a delinear no site
CAMPU.
A partir desta semana os passeios passarão a ter uma frequência quinzenal, e acontecem às 4ªs feiras às 18h30. Prevê-se que o ponto de encontro vá mudando a cada 4 percursos.
Dia 6 voltamo-nos a encontrar junto da Portaria do LxFactory e partimos em direcção ao rio."

(contacto: geral@bound-ap.com).