Perturbações
Perturbação: qualquer acontecimento relativamente discreto que for caracterizado por uma frequência, intensidade e severidade fora de um limite previsível, e que desfizer estruturas populacionais, comunitárias ou dos ecossistemas, e que altere recursos, disponibilidade de substrato ou ambiente físico. Pickett e White (1985) modificada por Resh e outros (1988)
Uma perturbação é todo o fenómeno que resulta no questionamento de um determinado sistema. Desse questionamento pode não resultar qualquer resposta do sistema, falamos então de resistência ou persistência do sistema; pode também resultar na obliteração total do sistema quando a sua organização se vê impotente para assimilar e reencontrar um novo estado; ou, mais frequentemente, pode provocar uma reestruturação ou recuperação e retoma o estado inicial – resiliência – ou evolui para um outro estado de maior ou menor complexidade.
A acção do homem, utilizando a inteligência e o instinto, consegue exercer perturbações que causam profundas alterações na organização dos ecossistemas. Chamemos a estas acções de Perturbações Antrópicas em oposição às perturbações causadas pelas acções telúricas, entrópicas e biológicas. A questão da artificialidade e da naturalidade dessas perturbações não é uma discussão tão linear ou consensual como é por vezes dado a entender. Não queria entrar para já nesta discussão, mas julgo haver à partida uma confusão entre perturbação enquanto fenómeno, que pode ser natural ou artificial (embora estas duas designações são ridiculamente redutoras), e a resposta dos sistemas a essas perturbações, que pode ser considerada, basicamente, como natural. Aqui o termo natural é atribuído à natureza reactiva e intrínseca do sistema perante uma alteração à sua organização. No entanto, o homem consegue secar pântanos, regar desertos, alterar cursos de água, transformar e recriar ecossistemas, construir cidades onde antes havia floresta, manipular os sistemas sociais locais e globais, com intensidade e frequência cada vez mais notáveis.
Uma perturbação é todo o fenómeno que resulta no questionamento de um determinado sistema. Desse questionamento pode não resultar qualquer resposta do sistema, falamos então de resistência ou persistência do sistema; pode também resultar na obliteração total do sistema quando a sua organização se vê impotente para assimilar e reencontrar um novo estado; ou, mais frequentemente, pode provocar uma reestruturação ou recuperação e retoma o estado inicial – resiliência – ou evolui para um outro estado de maior ou menor complexidade.
A acção do homem, utilizando a inteligência e o instinto, consegue exercer perturbações que causam profundas alterações na organização dos ecossistemas. Chamemos a estas acções de Perturbações Antrópicas em oposição às perturbações causadas pelas acções telúricas, entrópicas e biológicas. A questão da artificialidade e da naturalidade dessas perturbações não é uma discussão tão linear ou consensual como é por vezes dado a entender. Não queria entrar para já nesta discussão, mas julgo haver à partida uma confusão entre perturbação enquanto fenómeno, que pode ser natural ou artificial (embora estas duas designações são ridiculamente redutoras), e a resposta dos sistemas a essas perturbações, que pode ser considerada, basicamente, como natural. Aqui o termo natural é atribuído à natureza reactiva e intrínseca do sistema perante uma alteração à sua organização. No entanto, o homem consegue secar pântanos, regar desertos, alterar cursos de água, transformar e recriar ecossistemas, construir cidades onde antes havia floresta, manipular os sistemas sociais locais e globais, com intensidade e frequência cada vez mais notáveis.
A construção de uma barragem, como a de Pedrógão, inserida no Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva gerida pela EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A.), provoca os sistemas afectados pela sua implantação a reagirem. Os sistemas agro-pecuários, turísticos, económicos locais, sociológicos das comunidades humanas que vivem nas proximidades, os sistemas micro-climáticos, hídricos, micro-fitogeográficos, faunísticos, reorganizam-se e simplificam-se nuns casos ou adquirem complexidade noutros. Mas até os sistemas se reorganizarem num novo estado, existem condições para a ocorrência de fenómenos pouco comuns.
O primeiro instante, o imediatamente após a acção de uma qualquer perturbação, os sistemas ficam como que suspensos em estados por vezes paradoxais e múltiplos. Existe um espaço para acontecimentos imprevistos e instáveis, e acentua-se tanto a transitoriedade como a irreversibilidade do tempo.